Bagdá foi atingida por uma série de explosões. A cidade foi
atacada pela violência. Bagdá equivale a caos, morte e destruição.
Bagdá é uma cidade que está gritando de dor e morrendo na
nuvem de fumaça. Enquanto assistimos a grande confusão nas
telas de nossas televisões, é difícil imaginar que Bagdá já foi um
grande centro de aprendizado. Bagdá e os livros foram sinônimos
por centenas de anos. Estantes de livros se alinham nas casas e
livreiros se alinham nas ruas de Bagdá. Mesmo hoje, entre os
escombros e o pandemônio os residentes de Bagdá procuram livros
para comprar. “É uma antiga doença no Iraque - as pessoas
gastam seu dinheiro em livros, não em comida”, brinca um
tradutor iraquiano para a NBC News1
Em uma época na qual as igrejas em toda a Europa se
consideravam afortunadas por ter uma biblioteca que consistia de
vários livros, havia uma rua em Bagdá com mais de 100 lojas,
cada qual vendendo livros, material de papelaria ou ambos. Em
todo o mundo ocidental a literacia era restrita aos ricos ou
autoridades religiosas, mas em Bagdá as pessoas tinham acesso a
mais de 30 bibliotecas.
Duzentos anos após a morte do profeta Muhammad a pequena
nação islâmica se transformou em um império, que se estendeu do
Norte da África a Arábia, da Pérsia ao Uzbequistão e chegou às
fronteiras da Índia e além. Por volta do ano 750 EC, Bagdá, a
cidade construída nas margens do rio Tigre, foi estabelecida como
a capital do império islâmico. Sua localização a conectou a países
tão longínquos como a China e Bagdá logo se tornou não apenas
um centro político e administrativo, mas também o centro de
cultura e aprendizado.
Homens e mulheres de todas as partes do império afluíram para
Bagdá e levaram com eles conhecimento de cantos longínquos do
mundo conhecido na época.
Muçulmanos, judeus, cristãos, hindus, zoroastrinos e até
pessoas de crenças mais obscuras viviam em Bagdá. Os livros
começaram a simbolizar a vida de Bagdá. As ruas eram vivas
com autores, tradutores, escribas, iluministas, bibliotecários,
encadernadores, colecionadores e vendedores. Entretanto, essas
pessoas de origens diversas precisavam estar conectadas. O árabe
se desenvolveu como a língua da erudição e a conexão foi
estabelecida.
Os trabalhos de Platão, Aristóteles, Ptolomeu e Plutarco, entre
muitos outros, foram traduzidos para o árabe. Os filósofos judeus
usavam as traduções em árabe dos trabalhos filosóficos gregos
para escrever seus próprios tratados e artigos. Quando a Europa
começou a emergir da Idade das Trevas em um período de
iluminação, apoiou-se em livros escritos em árabe para resgatar e
reclamar as fundações do império ocidental.
Muitos dos livros originais traduzidos em Bagdá foram
perdidos ou destruídos em seus países de origem e sobreviveram
somente em suas traduções em árabe. Os eruditos de Bagdá eram
responsáveis pela preservação de trabalhos clássicos dos gregos,
romanos e eg&iacue;pcios e até traduziram clássicos da Pérsia, Índia e
China. Esses grandes trabalhos foram então traduzidos de volta do
árabe para suas línguas de origem como o turco, o persa, o
hebraico e o latim. O teólogo católico Tomás de Aquino fez sua
famosa integração de fé e razão depois de ler a filosofia de
Aristóteles em uma tradução feita por eruditos de Bagdá.
Os eruditos de Bagdá não apenas coletaram e sintetizaram os
grandes trabalhos, mas também fizeram acréscimos ao corpo de
conhecimento. Abriram novos campos de erudição, como
mecânica celestial, e introduziram o mundo à álgebra e à
geometria. Um erudito de Bagdá produziu um livro didático de
oftalmologia, que se acredita tenha sido o primeiro livro médico
contendo desenhos de anatomia. Foi o livro definitivo tanto no
oriente quanto no ocidente e foi usado por mais de oito séculos.
Enquanto Bagdá se transformava em um centro de
aprendizado, o califa Harun Al Rashid e seu filho, al-Mamun,
abriram uma das mais renomadas usinas de ideias da história, a
Bayt al Hikmah, ou Casa da Sabedoria. Os eruditos da Casa da
Sabedoria, ao contrário de seus contrapartes modernos, não se
“especializavam.” Al-Razi era um filósofo, matemático e também
médico e al-Kindi escreveu sobre lógica, filosofia, geometria,
cálculo, aritmética, música e astronomia. Entre seus trabalhos
havia títulos como A razão porque a chuva raramente cai em
certos lugares, A causa da vertigem e Cruzamentos híbridos de
pombas.
Educação no início da história islâmica.
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